domingo, 16 de março de 2008

O Ovo

Por zebra da ocasião um ovo cruzou-me o caminho – estranho? Também acho. Atirado foi ele por uma jovem, espatifando-se arduamente em meu peito, deixando todas minhas reações anestesiadas. Dolente ferida reparável pela batida do oval e o irreparável vexame de andar até à casa cheirando a algo podre. Parcialmente sujo, pensei: Cobiço tomar já um banho, mas apesar de lambuzado, não sou ou estou tão podre como ela. Pensei: A cada ovo desperdiçado, concomitantemente, há pessoas perecendo de fome – nossa que novidade.Agora entendo porque me fugiram as reações. Raciocinei e raciocinei nos porquês da atitude da jovem por alguns segundos, em seguida a razão me escapou e o instinto pediu uma pedra, qualquer uma, pra devolver a afronta, mas racionalizei cautelosamente, pensei em xingar – até ser igual ou pior, no entanto não alteraria coisa alguma. Fui embora. As pessoas são elipses imperfeitas, ovais. Se há perfeição demais, há o imperfeito. Se a imperfeição demais, há deficiência. A ordem altera sim o produto final quando os valores são pessoas. A anética não faz parte de todos os indivíduos, entretanto alguns a tem como modelo vital. Já o susto, abre os olhos de qualquer um e o cego do ovo também toma sustos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Edddd!!!Temos que editar o texto pra podermos lerr!!!!Saudade negão!!!

Anônimo disse...

é esse texto é msmo um ovo....